sábado, 28 de julho de 2012

3º encontro - 28-07-2012



         Se o racismo é um sentimento preconceituoso, daquele que se julga superior, então deveria ser ele o discriminado, pois quem mais poderia ser visto em sua extrema inferioridade senão o portador de tal arrogância, entre os da mesma raça?                                  
                                                                                                                                      Ivan Teorilang

  

PAUTA – 28-07-2012


                          

Assistir à primeira parte do vídeo, até 17 minutos e 30 segundos e compor uma síntese contemplando as seguintes reflexões:

·         Projetos na escola (música, contar histórias, grupos de dança);
·         Integração com a comunidade;
·         Culturas adormecidas;
·         Formação do aluno;
·         Busca pela identidade pessoal no grupo;
·         Reconstrução do currículo sobre a questão africana;
·         Relação com a arte africana e outras culturas, como a grega, por exemplo;
·         Temática racial para a sala de aula;
·         Não apenas panfletagem;
·         Diversidade e igualdade.

Discutir as frases de algumas pessoas do vídeo, como:

-          “Estilo não define caráter”;
-          “os negros não querem ser negros, têm preconceito da própria raça.”;
-          “Correr atrás dos direitos, pela sua inteligência”.;
-          “O processo de formação passa por várias etapas.”

Discutir a fala de Walter Silvério, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFSCAR.


                      

Assistir ao vídeo, que trata da diversidade racial, propor ações dentro da realidade de sua Instituição de Ensino e fazer uma síntese contemplando os seguintes tópicos:


  • A participação de professores em questões e  ideias de histórias africanas;
  • Produções, na escola, sobre sensibilização (a cor vinculada com afetividade);
  • A relação que a criança teve com a produção (boneca) do vídeo, na escola, em casa, com as pessoas;
  • A participação da comunidade (pais, em casa);
  • Envolvimento das pessoas em relação à quebra de paradigmas.


           

Assistir à reportagem do Programa Roda Viva e depois produzir uma síntese sobre os itens abaixo.

·        A questão racial dos Estados Unidos e do Brasil, e a segregação que existe (se existe) nos dois países.
·         A sociedade brasileira é racista?;
·         A escravidão;
·         Visão de Monteiro Lobato sobre miscigenação;
·         Política de cotas;


4.      Vídeo: Música Diversidade - Lenine


Discutir e registrar a partir dos seguintes tópicos:

  • A  diversidade existente em cada cena do clipe;
  • As reflexões suscitadas pela letra da música, fazendo uma referência ao momento em que vivemos.
  • Mudanças e permanências.

              

            5.    Cotas raciais
                 Cotas: Prós;
                 Cotas: Contras.         
                 

Fazer uma síntese das reflexões suscitadas  a partir da leitura dos três textos.


Bom trabalho!!!! 
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REFLEXÕES DA EQUIPE





Nossa sociedade é marcada pela diversidade.
Em quaisquer lugares por onde se vá é possível perceber culturas, caracterizadas por  marcantes diferenças, e todos dividindo o mesmo espaço.
Neste sentido a diversidade étnica torna-se importante tema de reflexão.
Um dos lugares onde este tema merece destaque  é a escola.
Há notadamente um preconceito em relação ao trabalho com afrodescendência, e isso se faz amiúde, aliando-se o tema a outros de ordem negativa, como que retratando um povo apenas por tal enfoque.  
A escola, por sua vez, delega a todas as disciplinas o trabalho com o assunto, o que resulta, quase sempre,  na inobservância de aspectos fundamentais da cultura, que são trabalhados superficialmente, propondo ao assunto uma ideia de menos importância.
Nesta medida, muito mais por medo das leis vigentes do que propriamente por respeito, as pessoas vão aceitando as diferenças e aos poucos alguns realmente percebem o quanto elas são culturalmente importantes na formação do povo brasileiro.
Neste contexto, através do vídeo CAMINHOS DA ESCOLA - EDUCAÇÃO PARA  A DIVERSIDADE - Ep 18,  pudemos observar escolas que  trabalham a  valorização do negro, mediante o uso da música, das danças, do teatro ,  de oficinas que discutem acerca das diversas culturas  e a relevância de cada uma delas .
Tais atividades funcionam como um meio de produção de cultura e fortalecimento da diversidade,  promovendo uma reflexão do aluno sobre sua própria identidade, valorizando  o  grupo a que pertence, o que resulta na  integração da escola à sociedade.
O combate ao preconceito se faz através do diálogo e do conhecimento do outro.
Quaisquer alunos, independente de suas origens, devem ser representados nos diversos contextos escolares. Só desta forma é possível discutir a diversidade de culturas, incutindo o conhecimento e o respeito por cada uma delas. 
Podemos perceber, neste contexto, vídeo do Salto para o Futuro - “A diversidade na escola”, que mostra um trabalho feito numa escola visando desenvolver nas crianças e suas famílias a participar das atividades, marcando o respeito à cultura negra, ao longo de sua trajetória social.
Movimentos negros fazem parte das leis vinculadas nos estatutos e são implementadas nas escolas, atualmente, através das Diretrizes Curriculares para educação e ensino Afro-Brasileira, com finalidade de educar relações e  juízos de valor, ou seja, a partir da diferença na organização do pensamento agregar valores ao seu próprio pensamento.
Com a participação da família no conteúdo proposto, neste caso a cultura afro, traz como conseqüência positiva uma quebra-se paradigmas, ou seja, os olhares são modificados rumo ao respeito e valorização do outro.
Conforme pode-se observar no vídeo “Racismo e Preconceito, o sociólogo brasileiro Demetrio Magnoli pontua que sociedade brasileira não é racista, o que acontece na realidade são ações racistas isoladas no Brasil, assim  como existe racismo em muitos lugares. Ele defende esta afirmação, pois considera que a sociedade brasileira não criou leis de segregação racial, como por exemplo ocorreu nos Estados Unidos.
A grande polêmica seria que o Brasil, mesmo não criando leis de segregação racial oficial, de alguma forma omitiu e não discutiu o tema, e quase cem anos depois põe em pauta o assunto.
Para Demetrius, houve sim vastas discussões que se iniciaram na última década do século XIX, formando duas correntes: uma com visão racista que propunha que o Brasil adotasse a mesma postura dos Estados Unidos, ou seja, que segregasse as raças, e a outra formada por médicos sanitaristas, que contrapunham o pensamento racial da época onde a miscigenação criava degeneração. Monteiro Lobato influenciado por esta visão racista, descreve em sua primeira versão o personagem Jeca Tatu, que era miscigenado, com aspecto doente, porém muda o estado de saúde do personagem quando entende que não era necessariamente a mistura de raças que causavam doenças e sim as condições em que estes estavam dispostos, conforme afirmava os médicos sanitaristas.
O desfecho destas linhas de raciocínio se dá quando Gilberto Freire conclui que a miscigenação é interessante para o desenvolvimento da cultura local e assim o Brasil se diferencia dos Estados Unidos neste quesito.
A música Diversidade, de Lenine, bem como o vídeo que a acompanha  retrata  grandes desigualdades, e que nem sempre é fácil lidar com a diferença. A discriminação diz respeito a toda a distinção ou preferência com a intenção de prejudicar a igualdade de condições. Logo, a discriminação compreende a  desigualdade.
No Brasil falar sobre racismo e preconceito é bastante difícil, mas torna-se necessário, quando se trata de discriminação de raça e de cor.
Primeiro temos que assumir que somos racistas e preconceituosos, percebendo que tais práticas são comuns no  dia a dia, e quase não nos damos conta disso.
As pessoas estão acostumadas a ver o negro desempenhando papéis subalternos, seja na vida ou na ficção, que aceita-se como normalidade, o que na verdade é discriminação.
Queiramos ou não, nossa sociedade discrimina as pessoas, classifica-as pela cor da pele, lembramos que desde o período de escravidão ter pele alva significa galgar com mais rapidez a escala social. Neste raciocínio, nascer branco é um privilégio.
Para garantir as mesmas condições de acesso e ascensão, criou-se o sistema de cotas, assunto polêmico, quando se trata do ingresso ao ensino superior no Brasil. No início do século, eram poucas as universidades públicas que reservavam vagas para candidatos negros e/ou de baixa renda. Com o passar dos anos, mais e mais instituições públicas de ensino superior passaram a adotar a prática, até que praticamente todas passaram a usar.
As universidades têm autonomia para definir o funcionamento do sistema de cotas, por isso existem diversos modelos espalhados pelo país. A prática mais comum é reservar parte das vagas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Algumas instituições chegam a separar até 70% das vagas para esse perfil de candidato. Também muito frequente é a reserva de vagas para afrodescendentes, índios, deficientes e membros de comunidades quilombolas. O sistema de cotas raciais causa polêmica pela subjetividade no momento da entrevista do candidato, ou seja, quais são os critérios para definir se o vestibulando é negro ou moreno, ou se realmente é índio ou apenas um descendente distante?  Negros que sempre estudaram em escolas particulares devem ter direito a cotas?
As cotas nas universidades públicas nem sempre significam reserva de vagas. Há também um sistema de bônus na pontuação do vestibular para candidatos de baixa renda, de escolas públicas ou de determinadas raças. Essa prática ficou em evidência no início de 2012, quando a Universidade Federal Fluminense (UFF) deu bônus de 20% para candidatos que estudaram na rede pública de ensino. O resultado foi que todos os candidatos que passaram em Medicina pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) eram de colégio público.
Enfim, cabe aqui uma reflexão ao comportamento do povo brasileiro : se não podemos amar ao próximo pela distância ou diferença que se estabelece,  que o respeitemos, para que a ética nas relações seja uma marca registrada, e não uma vergonha assumida.




REFERÊNCIAS

LESME, Adriano. Cotas . Disponível em:http://www.brasilescola.com/educacao/sistema-cotas-racial.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2009.

Rodrigues, Maria. Contras(cotas) . Disponível em:http://vestibular.brasilescola.com/cotas/contras.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.


Rodrigues, Maria. Prós(cotas) . Disponível em: http://vestibular.brasilescola.com/cotas/pros.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.

Vídeo: Racismo e Preconceito. Programa Roda Viva com o entrevistado Demétrio Magnoli. Disponível em:    http://www.youtube.com/watch?v=o8riQ-9z86k&feature=related . Acesso em 28 de jul. de 2012.
 
Vídeo: Salto reportagem _ A diversidade na escola. Disponível em:  http://www.youtube.com/watch?v=uz9fdA1vWjI . Acesso em 28 de jul. de 2012.




 




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