Se o racismo é um sentimento preconceituoso, daquele que
se julga superior, então deveria ser ele o discriminado, pois quem mais
poderia ser visto em sua extrema inferioridade senão o portador de tal
arrogância, entre os da mesma raça?
Ivan Teorilang
Ivan Teorilang
PAUTA – 28-07-2012
Assistir
à primeira parte do vídeo, até 17 minutos e 30 segundos e compor uma síntese
contemplando as seguintes reflexões:
·
Projetos
na escola (música, contar histórias, grupos de dança);
·
Integração
com a comunidade;
·
Culturas
adormecidas;
·
Formação
do aluno;
·
Busca
pela identidade pessoal no grupo;
·
Reconstrução
do currículo sobre a questão africana;
·
Relação
com a arte africana e outras culturas, como a grega, por exemplo;
·
Temática
racial para a sala de aula;
·
Não
apenas panfletagem;
·
Diversidade
e igualdade.
Discutir
as frases de algumas pessoas do vídeo, como:
-
“Estilo
não define caráter”;
-
“os
negros não querem ser negros, têm preconceito da própria raça.”;
-
“Correr
atrás dos direitos, pela sua inteligência”.;
-
“O
processo de formação passa por várias etapas.”
Discutir
a fala de Walter Silvério, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da
UFSCAR.
Assistir
ao vídeo, que trata da diversidade racial, propor ações dentro da realidade
de sua Instituição de Ensino e fazer uma síntese contemplando os seguintes
tópicos:
- A participação de professores em questões e ideias de histórias africanas;
- Produções, na escola, sobre sensibilização (a cor vinculada com afetividade);
- A relação que a criança teve com a produção (boneca) do vídeo, na escola, em casa, com as pessoas;
- A participação da comunidade (pais, em casa);
- Envolvimento das pessoas em relação à quebra de paradigmas.
Assistir
à reportagem do Programa Roda Viva e depois produzir uma síntese sobre os itens abaixo.
· A
questão racial dos Estados Unidos e do Brasil, e a segregação que existe (se
existe) nos dois países.
·
A
sociedade brasileira é racista?;
·
A
escravidão;
·
Visão
de Monteiro Lobato sobre miscigenação;
·
Política
de cotas;
4.
Vídeo:
Música Diversidade - Lenine
Discutir
e registrar a partir dos seguintes tópicos:
- A diversidade existente em cada cena do clipe;
- As reflexões suscitadas pela letra da música, fazendo uma referência ao momento em que vivemos.
- Mudanças e permanências.
5. Cotas raciais;
Fazer uma
síntese das reflexões suscitadas a partir da leitura dos três textos.
Bom trabalho!!!!
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REFLEXÕES DA EQUIPE
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2009.
Rodrigues, Maria. Contras(cotas) . Disponível em:http://vestibular.brasilescola.com/cotas/contras.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.
Rodrigues, Maria. Prós(cotas) . Disponível em: http://vestibular.brasilescola.com/cotas/pros.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.
Vídeo: Racismo e Preconceito. Programa Roda Viva com o entrevistado Demétrio Magnoli. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=o8riQ-9z86k&feature=related . Acesso em 28 de jul. de 2012.
Vídeo: Salto reportagem _ A diversidade na escola. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=uz9fdA1vWjI . Acesso em 28 de jul. de 2012.
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REFLEXÕES DA EQUIPE
Nossa
sociedade é marcada pela diversidade.
Em
quaisquer lugares por onde se vá é possível perceber culturas, caracterizadas
por marcantes diferenças, e todos dividindo o mesmo espaço.
Neste
sentido a diversidade étnica torna-se importante tema de reflexão.
Um dos
lugares onde este tema merece destaque é a escola.
Há
notadamente um preconceito em relação ao trabalho com afrodescendência, e isso
se faz amiúde, aliando-se o tema a outros de ordem negativa, como que
retratando um povo apenas por tal enfoque.
A escola,
por sua vez, delega a todas as disciplinas o trabalho com o assunto, o que
resulta, quase sempre, na inobservância de aspectos fundamentais da
cultura, que são trabalhados superficialmente, propondo ao assunto uma ideia de
menos importância.
Nesta
medida, muito mais por medo das leis vigentes do que propriamente por respeito,
as pessoas vão aceitando as diferenças e aos poucos alguns realmente percebem o
quanto elas são culturalmente importantes na formação do povo brasileiro.
Neste contexto, através do vídeo CAMINHOS DA
ESCOLA - EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE - Ep 18, pudemos observar
escolas que trabalham a valorização do negro, mediante o uso da
música, das danças, do teatro , de oficinas que discutem acerca das diversas
culturas e a relevância de cada uma delas .
Tais atividades funcionam como um meio de
produção de cultura e fortalecimento da diversidade, promovendo uma
reflexão do aluno sobre sua própria identidade, valorizando o grupo
a que pertence, o que resulta na integração da escola à sociedade.
O combate ao preconceito se faz através do
diálogo e do conhecimento do outro.
Quaisquer alunos, independente de suas
origens, devem ser representados nos diversos contextos escolares. Só desta
forma é possível discutir a diversidade de culturas, incutindo o conhecimento e
o respeito por cada uma delas.
Podemos
perceber, neste contexto, vídeo do Salto para o Futuro - “A diversidade na
escola”, que mostra um trabalho feito numa escola visando desenvolver nas
crianças e suas famílias a participar das atividades, marcando o respeito à
cultura negra, ao longo de sua trajetória social.
Movimentos
negros fazem parte das leis vinculadas nos estatutos e são implementadas nas
escolas, atualmente, através das Diretrizes Curriculares para educação e ensino
Afro-Brasileira, com finalidade de educar relações e juízos de valor, ou
seja, a partir da diferença na organização do pensamento agregar valores ao seu
próprio pensamento.
Com a
participação da família no conteúdo proposto, neste caso a cultura afro, traz
como conseqüência positiva uma quebra-se paradigmas, ou seja, os olhares são
modificados rumo ao respeito e valorização do outro.
Conforme
pode-se observar no vídeo “Racismo e Preconceito, o sociólogo brasileiro
Demetrio Magnoli pontua que sociedade brasileira não é racista, o que acontece
na realidade são ações racistas isoladas no Brasil, assim como existe
racismo em muitos lugares. Ele defende esta afirmação, pois considera que a
sociedade brasileira não criou leis de segregação racial, como por exemplo
ocorreu nos Estados Unidos.
A grande
polêmica seria que o Brasil, mesmo não criando leis de segregação racial
oficial, de alguma forma omitiu e não discutiu o tema, e quase cem anos depois
põe em pauta o assunto.
Para
Demetrius, houve sim vastas discussões que se iniciaram na última década do
século XIX, formando duas correntes: uma com visão racista que propunha que o
Brasil adotasse a mesma postura dos Estados Unidos, ou seja, que segregasse as
raças, e a outra formada por médicos sanitaristas, que contrapunham o
pensamento racial da época onde a miscigenação criava degeneração. Monteiro
Lobato influenciado por esta visão racista, descreve em sua primeira versão o
personagem Jeca Tatu, que era miscigenado, com aspecto doente, porém muda o
estado de saúde do personagem quando entende que não era necessariamente a
mistura de raças que causavam doenças e sim as condições em que estes estavam
dispostos, conforme afirmava os médicos sanitaristas.
O desfecho
destas linhas de raciocínio se dá quando Gilberto Freire conclui que a
miscigenação é interessante para o desenvolvimento da cultura local e assim o
Brasil se diferencia dos Estados Unidos neste quesito.
A música
Diversidade, de Lenine, bem como o vídeo que a acompanha retrata
grandes desigualdades, e que nem sempre é fácil lidar com a diferença. A
discriminação diz respeito a toda a distinção ou preferência com a intenção de
prejudicar a igualdade de condições. Logo, a discriminação compreende a desigualdade.
No Brasil
falar sobre racismo e preconceito é bastante difícil, mas torna-se necessário,
quando se trata de discriminação de raça e de cor.
Primeiro
temos que assumir que somos racistas e preconceituosos, percebendo que tais
práticas são comuns no dia a dia, e quase não nos damos conta disso.
As pessoas
estão acostumadas a ver o negro desempenhando papéis subalternos, seja na vida
ou na ficção, que aceita-se como normalidade, o que na verdade é discriminação.
Queiramos
ou não, nossa sociedade discrimina as pessoas, classifica-as pela cor da pele,
lembramos que desde o período de escravidão ter pele alva significa galgar com
mais rapidez a escala social. Neste raciocínio, nascer branco é um privilégio.
Para garantir
as mesmas condições de acesso e ascensão, criou-se o sistema de
cotas, assunto polêmico, quando se trata do ingresso ao ensino superior no
Brasil. No início do século, eram poucas as universidades públicas que
reservavam vagas para candidatos negros e/ou de baixa renda. Com o passar dos
anos, mais e mais instituições públicas de ensino superior passaram a adotar a
prática, até que praticamente todas passaram a usar.
As
universidades têm autonomia para definir o funcionamento do sistema de cotas,
por isso existem diversos modelos espalhados pelo país. A prática mais comum é
reservar parte das vagas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas
públicas. Algumas instituições chegam a separar até 70% das vagas para esse
perfil de candidato. Também muito frequente é a reserva de vagas para
afrodescendentes, índios, deficientes e membros de comunidades quilombolas. O
sistema de cotas raciais causa polêmica pela subjetividade no momento da
entrevista do candidato, ou seja, quais são os critérios para definir se o
vestibulando é negro ou moreno, ou se realmente é índio ou apenas um
descendente distante? Negros que sempre estudaram em escolas particulares
devem ter direito a cotas?
As cotas
nas universidades públicas nem sempre significam reserva de vagas. Há também um
sistema de bônus na pontuação do vestibular para candidatos de baixa renda, de
escolas públicas ou de determinadas raças. Essa prática ficou em evidência no
início de 2012, quando a Universidade Federal Fluminense (UFF) deu bônus de 20%
para candidatos que estudaram na rede pública de ensino. O resultado foi que
todos os candidatos que passaram em Medicina pelo Sistema de Seleção Unificada
(SiSU) eram de colégio público.
Enfim, cabe
aqui uma reflexão ao comportamento do povo brasileiro : se não podemos amar ao
próximo pela distância ou diferença que se estabelece, que o respeitemos,
para que a ética nas relações seja uma marca registrada, e não uma vergonha
assumida.
REFERÊNCIAS
LESME, Adriano. Cotas . Disponível em:http://www.brasilescola.com/educacao/sistema-cotas-racial.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2009.
Rodrigues, Maria. Contras(cotas) . Disponível em:http://vestibular.brasilescola.com/cotas/contras.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.
Rodrigues, Maria. Prós(cotas) . Disponível em: http://vestibular.brasilescola.com/cotas/pros.htm . Acesso em 28 de jul. de 2012.
Vídeo: Racismo e Preconceito. Programa Roda Viva com o entrevistado Demétrio Magnoli. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=o8riQ-9z86k&feature=related . Acesso em 28 de jul. de 2012.
Vídeo: Salto reportagem _ A diversidade na escola. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=uz9fdA1vWjI . Acesso em 28 de jul. de 2012.
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